quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dudé tenta jogar na oposição crise no PT gerada pela candidatura de Iriny

Em entrevista à Rádio CBN Vitória, na manhã desta quarta-feira (9), o presidente regional do PT, José Roberto Dudé, tentou justificar as manobras que o grupo do prefeito João Coser vem fazendo para convencer o partido a recuar na candidatura própria em Vitória e apoiar o palanque do ex-governador Paulo Hartung. Mas as explicações não convenceram a militância.

Para o presidente do partido, não há racha no PT, embora a Executiva Estadual não consiga chegar a um consenso sobre a eleição. Ele afirmou que as declarações das lideranças do PSDB e do PPS, que vem mantendo seus nomes na disputa, estariam tentando jogar a base do governo Renato Casagrande (PSB), que conta com 16 partidos, entre eles o PT, contra a sigla.

Dudé também tentou justificar a discussão em Vitória como parte da geopolítica que impera não só no Estado, como também em nível nacional, alertando para o fato de o PSB e o PMDB serem da base aliada da presidente Dilma Rousseff e há uma negociação para que as disputas deste ano observem essas alianças.

Mas Vitória não está no mapa do PT nacional no que se refere às concessões que o partido fará em favor dos aliados. Tanto o PT nacional como o governo Dilma confiam na candidatura própria do partido na capital capixaba.

Ao ser questionado sobre a capacidade dos prefeitos que deixam os mandatos em garantir com o desempenho de suas gestões as candidaturas próprias, seja em Vitória ou em Cariacica, o presidente do partido afirmou que as administrações são exitosas, mas não respondeu sobre a capilaridade dos prefeitos João Coser e Helder Salomão em fazer seus sucessores dentro do partido.

O presidente do partido tentou amenizar o clima tenso que predomina no PT, dizendo que o partido não é contra a candidatura de Iriny, mas que o partido precisa manter a coerência com a geopolítica no Estado. Dudé chegou a citar uma declaração antiga de Coser, que depois foi retificada pelo próprio prefeito, de que é a favor do revezamento na administração para mais uma vez, tentar convencer da legitimidade do acordo.

Ele admitiu que a movimentação depende ainda de um posicionamento do ex-governador Paulo Hartung. Como Hartung deve deixar a decisão para as vésperas das convenções partidárias, em junho próximo, o partido tenta ganhar tempo. O prazo para que os diretórios definissem sua participação nos pleitos era até 30 de abril. No Espírito Santo o PT conseguiu esticar o prazo para 29 de maio, aguardando a definição de Hartung. Dudé já avisou que se necessário o partido pode jogar o prazo mais para frente.

Dudé, porém, deixou transparecer que a decisão abonada pela maioria da militância petista ainda no ano passado de apoiar a candidatura própria não valeu para a cúpula do partido no Estado. Disse que caberá à municipal decidir sobre a eleição, como o grupo de Coser tem maioria no diretório de Vitória, a expectativa é de que a candidatura de Iriny venha mesmo a ser derrubada pelos correligionários.




Alexandre Toniete    Número: 3

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