Em entrevista à Rádio CBN Vitória, na manhã desta quarta-feira (9), o
presidente regional do PT, José Roberto Dudé, tentou justificar as
manobras que o grupo do prefeito João Coser vem fazendo para convencer o
partido a recuar na candidatura própria em Vitória e apoiar o palanque
do ex-governador Paulo Hartung. Mas as explicações não convenceram a
militância.
Para o presidente do partido, não há racha no PT, embora a Executiva
Estadual não consiga chegar a um consenso sobre a eleição. Ele afirmou
que as declarações das lideranças do PSDB e do PPS, que vem mantendo
seus nomes na disputa, estariam tentando jogar a base do governo Renato
Casagrande (PSB), que conta com 16 partidos, entre eles o PT, contra a
sigla.
Dudé também tentou justificar a discussão em Vitória como parte da
geopolítica que impera não só no Estado, como também em nível nacional,
alertando para o fato de o PSB e o PMDB serem da base aliada da
presidente Dilma Rousseff e há uma negociação para que as disputas deste
ano observem essas alianças.
Mas Vitória não está no mapa do PT nacional no que se refere às
concessões que o partido fará em favor dos aliados. Tanto o PT nacional
como o governo Dilma confiam na candidatura própria do partido na
capital capixaba.
Ao ser questionado sobre a capacidade dos prefeitos que deixam os
mandatos em garantir com o desempenho de suas gestões as candidaturas
próprias, seja em Vitória ou em Cariacica, o presidente do partido
afirmou que as administrações são exitosas, mas não respondeu sobre a
capilaridade dos prefeitos João Coser e Helder Salomão em fazer seus
sucessores dentro do partido.
O presidente do partido tentou amenizar o clima tenso que predomina no
PT, dizendo que o partido não é contra a candidatura de Iriny, mas que o
partido precisa manter a coerência com a geopolítica no Estado. Dudé
chegou a citar uma declaração antiga de Coser, que depois foi retificada
pelo próprio prefeito, de que é a favor do revezamento na administração
para mais uma vez, tentar convencer da legitimidade do acordo.
Ele admitiu que a movimentação depende ainda de um posicionamento do
ex-governador Paulo Hartung. Como Hartung deve deixar a decisão para as
vésperas das convenções partidárias, em junho próximo, o partido tenta
ganhar tempo. O prazo para que os diretórios definissem sua participação
nos pleitos era até 30 de abril. No Espírito Santo o PT conseguiu
esticar o prazo para 29 de maio, aguardando a definição de Hartung. Dudé
já avisou que se necessário o partido pode jogar o prazo mais para
frente.
Dudé, porém, deixou transparecer que a decisão abonada pela maioria da
militância petista ainda no ano passado de apoiar a candidatura própria
não valeu para a cúpula do partido no Estado. Disse que caberá à
municipal decidir sobre a eleição, como o grupo de Coser tem maioria no
diretório de Vitória, a expectativa é de que a candidatura de Iriny
venha mesmo a ser derrubada pelos correligionários.
Alexandre Toniete Número: 3
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