BRASÍLIA, 17 Mai (Reuters) - A presidente Dilma
Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o crescimento do país não pode
depender exclusivamente das "forças de autorregulação do mercado" e
ressaltou o momento de "mutação" atual vivido no desenvolvimento do
Brasil.
Ela entregou, nesta quinta, o prêmio Almirante
Álvaro Alberto de contribuição científica à sua ex-professora e
economista Maria da Conceição Tavares, a quem atribuiu grandes
contribuições ao desenvolvimento do país.
"Nós hoje não admitimos mais a possibilidade de
construir um país forte e rico dissociada de melhorias das condições de
vida de nossa população, nem tampouco acreditamos mais na delegação da
condução de nosso crescimento exclusivamente às forcas de autorregulação
do mercado, crença aliás que Maria da Conceição Tavares sempre
corretamente criticou", disse Dilma.
A presidente, que durante a campanha eleitoral à
Presidência recebeu o apoio da economista, que já foi deputada pelo PT,
disse que Maria da Conceição Tavares contribuiu para "o mapa do
caminho".
Segundo Dilma, o Brasil vive nos últimos nove,
dez anos um ponto de mutação na história de seu desenvolvimento. "E para
a história desse desenvolvimento, e para o desenvolvimento, foi
necessário que nós tivéssemos compreensões, compromissos, ideias e
tivéssemos de uma forma ou de outra o mapa do caminho."
Pouco antes, em seu discurso, Maria da Conceição
Tavares elogiou os governos petistas, criticou o período tucano -em
especial as reformas econômicas feitas pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso- e falou da crise econômica na Europa.
"Nós estamos enfrentando este ano, outra vez,
uma crise internacional. Que é ruim, mas vocês têm que ter em conta que
em 2009, que foi o começo dessa ‘crisezona' que está aí, foi a primeira
vez que o Brasil não entrou em parafuso. Não teve que fazer moratória,
não interrompeu o desenvolvimento, e isso é sinal de que nós estamos
caminhando por outro caminho", disse.
Já sobre a crise europeia, a economista, de 82
anos, brincou que não deve ver seu fim. "Não vou conseguir passar a
crise europeia, porque será uma crise muito longa."
Lucas Lopes Nº 29
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