quinta-feira, 10 de maio de 2012

PT retoma tempo na TV e planeja “turbinar” Haddad

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu, na última terça-feira (8), manter um tempo da propaganda partidária do PT na TV e no rádio que o próprio partido já dava como perdido. Agora, a direção da legenda quer utilizar as inserções para turbinar a pré-candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo para tentar tirá-lo da faixa dos 3% de intenções de voto.

Ao julgar uma ação contra o PT por propaganda eleitoral antecipada da então candidata à Presidência Dilma Rousseff em 2010, o TSE manteve multa a ela e ao partido e cassou os programas em bloco, com duração de dez minutos, a que o PT teria direito no primeiro semestre deste ano.

O tribunal decidiu, porém, manter as inserções diárias, que têm de 30 segundos a um minuto, e irão ao ar a partir da próxima terça-feira (15). Somadas, as inserções totalizarão 15 minutos, e serão exibidas em três

Embora o programa seja nacional, tecnicamente o PT pode separar a cadeia de rádio e TV, e nesta quinta (10) deve definir a separação da capital paulista e sua região metropolitana do restante da rede. Com isso, poderá usar Haddad em um número maior de inserções.

O ex-ministro, no entanto, não deve aparecer em todos os programas, porque deverá dividir o espaço com Dilma e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



O tempo a ser destinado ao pré-candidato será discutido hoje entre a direção nacional e o diretório municipal do PT. O próprio Haddad confirmou que o tempo que será dado a ele nas inserções ainda será discutido.

— A direção nacional ainda vai se reunir para discutir como utilizar o tempo e qual vai ser a linha do programa.

O pré-candidato, bem como seu partido, já havia jogado a toalha e sustentava que seu crescimento nas pesquisas só se daria em agosto, com o vigor do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio.

Ainda que legalmente não possa fazer campanha, o PT usará o espaço para promover a imagem do ex-ministro da Educação e associá-lo ao ex-presidente, à atual presidente e ao partido.

A legenda assumirá, com isso, o mesmo risco que assumiu com Dilma em 2010, justamente o que fez o PT perder parte de sua propaganda partidária neste ano. No partido, no entanto, há consenso de que é necessário repetir a estratégia de dois anos atrás, mesmo sob o risco de novas penalidades, já que é a única mídia nacional que o PT terá no primeiro semestre. A tática, dizem integrantes da direção do partido e da pré-campanha, funcionou para tornar Dilma conhecida e elevar seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.

Além dos 15 minutos em inserções do programa nacional, os petistas ainda terão dois minutos e meio em inserções estaduais em 22 de junho, resquícios do tempo de televisão do PT paulista, que também foi quase todo cassado pela Justiça Eleitoral.


DANIEL FERRARI nº 13


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