terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Críticos ao Fórum de Davos pedem mudança no modelo econômico



Manifestantes do Occupy WEF estão acampados em Davos, na Suíça. Foto: Reuters

Manifestantes do Occupy WEF estão acampados em Davos, na Suíça
Foto: Reuters



Os participantes do movimento Occupy WEF, um grupo criado para protestar contra a reunião anual do Fórum Econômico Mundial de Davos, completaram neste sábado uma semana acampados em iglus e tendas de campanha para reivindicar uma mudança no modelo de economia dominante.
As autoridades não permitiram que o movimento fosse instalado a menos de um quilômetro do centro de congressos, onde desde quarta-feira ocorrem as reuniões do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), um encontro que reúne centenas de banqueiros, diretores das companhias mais poderosas do mundo, além de acadêmicos, políticos e jornalistas de todo o mundo.
Mais de 30 pessoas estão acampadas no local erguido a beira de uma ferrovia, suportando temperaturas negativas durante a madrugada e em um cenário coberto de neve. Nas últimas semanas, o volume de neve que caiu em Davos (oeste da Suíça) foi o segundo mais significativo em 70 anos, apontaram as estatísticas dos serviços meteorológicos.
Ao acampamento se juntam diariamente dezenas de pessoas que reivindicam diferentes causas pacíficas. Os ocupantes são quase todos jovens suíços com idades entre 16 e 26 anos membros ou simpatizantes do Movimento Socialista Juvenil e de outros grupos de esquerda, cuja principal reivindicação é exercer o direito de serem ouvidos pelas elites que participam do Fórum e dirigem a economia e as finanças do planeta.
"Ali está representada a elite mundial, fazendo o que bem querem, apesar da grande responsabilidade que têm na explosão da atual crise econômica internacional", manifestou à agência EFE Pascal Buhig, um jovem de 19 anos vindo de Zurique e que está no acampamento desde o início.
"Queremos deixar claro que não aceitamos essa maneira de atuar, que discutam de forma isolada supostas soluções aos problemas do mundo", acrescentou.
Apesar de os jovens suíços participantes desse movimento não sentirem o impacto da atual crise do mesmo modo que a juventude da Grécia, Portugal e Espanha, onde a taxa de desemprego nessa faixa etária praticamente é o dobro da média, eles estão convencidos de que "no mundo globalizado de hoje a crise de alguns é a crise de todos".
"A democracia não é suficiente em um mundo em que o capital domina. O modelo econômico capitalista atual rivaliza com a democracia e o primeiro sempre prevalece porque 99% das pessoas estão excluídas do verdadeiro processo da tomada de decisões", sustentou Buhig.
Apesar de estarem longe da vista dos participantes do Fórum Econômico Mundial, os jovens do Occupy WEF receberam atenção da imprensa internacional, interessada em escutar suas opiniões, compartilhadas por movimentos similares em várias partes do mundo.
Talvez por isso os organizadores do WEF tenham resolvido propor aos representantes do movimento uma reunião fora das instalações das sessões oficiais, uma oferta que não foi aceita porque os jovens temiam que fosse utilizada pela entidade privada em favor de sua própria imagem.
Bruna Felipin Nº6

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